O futuro do trabalho
A antiga forma de trabalho não existe mais e estamos no novo normal. Andy Haldane, economista-chefe do The Bank of England, confirmou recentemente esse conceito. Segundo ele, a pandemia do coronavírus deflagrou a maior mudança de práticas de trabalho dos tempos modernos. E essa mudança não será temporária.
A Blue Prism patrocinou um estudo da CIONET sobre a reinvenção do trabalho para ajudar as organizações a se prepararem para a era pós-COVID.
Para manter o nosso foco no impacto provável da pandemia sobre as práticas de trabalho, dividimos nossa análise do futuro do trabalho em três áreas relacionadas entre si: fluxo de trabalho, força de trabalho e local de trabalho. Essa abordagem ajudou a estruturar nossas conversas com 20 altos executivos (COOs, CIOs e CTOs) em organizações importantes e é apoiada pela experiência coletiva do nosso CIONET Innovation Council, que conta com 40 líderes digitais das principais organizações do Reino Unido. Usamos essas conversas para produzir um conjunto integrado de recomendações sobre como as empresas podem se preparar para o futuro do trabalho na era pós-COVID.
Nosso relatório destaca especificamente como a automação inteligente pode ajudar grandes organizações a serem mais produtivas e ágeis no futuro. Acreditamos que automação inteligente pode romper um impasse na produtividade e no crescimento das empresas, que contribuiu para a estagnação econômica na maior parte das últimas duas décadas. Também examinamos os possíveis obstáculos à inovação no local de trabalho e como os altos executivos precisarão abordar com urgência esses bloqueios. Concluímos apresentando um roteiro para a adoção da automação inteligente e oferecendo aos executivos uma estrutura prática para seguir nessa jornada.
20 anos de mudança em apenas 12 meses
O ano de 2020 se caracterizou pela transformação tecnológica e socioeconômica. Veja a seguir quais são, na nossa opinião, os imperativos de mudança enfrentados pelos altos executivos nas três áreas essenciais de fluxo de trabalho, força de trabalho e local de trabalho:
Fluxo de trabalho
- As diretorias precisarão mudar o foco da excelência operacional para a experiência do cliente. Essa mudança é a única forma de ter esperanças de competir com a crescente maré de empresas nativamente digitais que encontraram novas formas de prosperar durante a pandemia. A mudança da excelência operacional para a experiência do cliente exige o descarte de grandes quantidades de projetos internos concentrados na modernização da fábrica. Em vez disso, os líderes empresariais devem aplicar os escassos recursos de investimento no aprimoramento da jornada do cliente, desde a aquisição de produtos ou serviços até o gerenciamento do ciclo de vida. Além disso, as empresas de grande porte atuais precisarão converter suas estruturas rígidas e, muitas vezes, hierárquicas, em modelos empresariais ágeis e fluidos que podem responder rapidamente a um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA).
Força de trabalho
- Os grupos tradicionais de mão de obra localizada precisarão ser complementados por talentos globais e digitais. A pandemia demonstrou que as equipes podem trabalhar muito bem longe do escritório. Essa constatação provavelmente significará que, no futuro, os funcionários passarão muito menos tempo nas sedes corporativas. É provável que essa mudança para o trabalho remoto promova uma fluidez muito maior na contratação de equipes profissionais e gerenciais na América do Norte, Europa e Ásia. Os avanços proporcionais em inteligência artificial e aprendizagem por máquina (que denominamos talento digital) absorverão muitos dos elementos rotineiros do trabalho cotidiano. Esses avanços significarão que as equipes poderão dedicar seu tempo a tarefas inovadoras e criativas.
Local de trabalho
- Ao longo do tempo, as organizações precisarão reduzir em 30% a 50% suas áreas de escritório, substituindo as fileiras de trabalhadores e suas telas por espaços criativos que incentivam o trabalho em equipe. No relatório, descrevemos essa nova situação como trabalho perspicaz (heads-up) e trabalho conjunto (heads-together). A maior parte do trabalho rotineiro e discreto (heads-down) será confinada ao trabalho em casa ou em escritórios periféricos de menor custo. Antes do COVID, a WeWork, especialista em espaços para escritórios e locais de trabalho, criou um exemplo de como seria um escritório do futuro, com ênfase em espaços de reuniões sociais e flexíveis. Esperamos que as principais empresas organizem seus escritórios de forma semelhante para encorajar as equipes a usar seu tempo no escritório de forma social e produtiva.
Acreditamos que a combinação dessas mudanças simultâneas nos fluxos de trabalho, nas forças de trabalho e nos locais de trabalho permitirá aumentar a agilidade e a relevância das organizações na era pós-COVID por meio da adoção das seguintes abordagens:
- Propriedade, infraestrutura e recursos humanos com baixa ênfase em ativos, reduzindo custos fixos e aumentando a flexibilidade operacional.
- Uma força de trabalho digital, combinado talentos humanos e digitais mais inovadores e que respondem às mudanças externas com mais criatividade.
- Uma automação completa de fluxos de trabalho para acelerar a agilidade operacional e trazer parceiros comerciais para um ecossistema coeso.
O resultado dessa transformação das práticas de trabalho poderá ser um círculo virtuoso que elevará a inovação ao topo da agenda corporativa
Quais serão os bloqueios?
Nossas discussões com líderes digitais também evidenciaram as possíveis barreiras à transformação das práticas de trabalho. Acreditamos que podemos superar a maioria dessas dificuldades com a adoção da automação inteligente. Alguns desses bloqueios são:
- Dívida legada, que abrange sistemas, processos e infraestruturas obsoletos com custo de substituição proibitivo. A automação inteligente pode remover as interfaces manuais complicadas para ajudar a integrar sistemas legados e modernos.
- Dados fragmentados, que se agregam para criar um gigantesco grupo de recursos inexplorados. A automação inteligente pode apoiar as organizações na limpeza dos dados e na codificação do conhecimento para ajudá-las a desenvolver informações mais detalhadas e explorar novas fontes de valor.
- Qualificações e culturas legadas que resistem à mudança. A mudança para uma força de trabalho digital pode ajudar a reforçar as percepções do trabalho com a remoção da repetição e a geração de um foco na criatividade. Essa mudança deve motivar os funcionários, particularmente a geração Y, que já chega às empresas habituada ao mundo digital.
O grande benefício da introdução da automação inteligente pode ser o desenvolvimento de técnicas de conhecimento como serviço (Kaas), que ajudam a captar, codificar e aplicar a ampla especialização que hoje está bloqueada nas mentes dos funcionários. Esse desenvolvimento poderá resultar na criação de novas tecnologias e especialistas, assim como aconteceu com o software como serviço (SaaS) e o surgimento de protagonistas importantes como Salesforce e Workday.
As grandes apostas da automação
Durante nossas discussões com os membros do Innovation Council, procuramos identificar onde os COOs, CIOs e CTOs deveriam apostar na introdução de automação inteligente e talento digital na era pós-COVID. Ou seja, como eles devem planejar e se preparar para essas eventualidades?
Acreditamos que este relatório fornecerá a você e a seus colegas executivos as informações necessárias para a preparação frente às mudanças de fluxo de trabalho, força de trabalho e local de trabalho. Essa transformação das práticas de trabalho criará vários desafios para os executivos, mas essas barreiras estão longe de ser intransponíveis. Com a adoção dos benefícios da automação inteligente, as grandes organizações terão os fundamentos da preparação confiante para o futuro do trabalho.
Se quiser saber mais sobre como preparar-se para as mudanças de fluxo de trabalho, força de trabalho e local de trabalho após o COVID, baixe o relatório A reinvenção do trabalho: antes e depois do COVID-19 AQUI.